31 de Agosto de 2008, Domingo nublado em Jaraguá do Sul. Por volta das 14h45min, o Adelar passou aqui em casa para irmos até a Fassbier. No caminho, fomos conversando sobre a nossa dedicação para com o consulado.
Falamos sobre o trabalho dispendido. Chegar todos os jogos pelo menos uma hora mais cedo, arrumar a Fassbier, fazer o controle das entradas, vender as bebidas, cuidar do site, das carteirinhas, da rede de parcerias. Não é pouca coisa. Chegamos a conclusão de que somente o amor que temos pelo INTER justifica isso. E não é a primeira vez que discorrermos sobre o assunto.
Enquanto entrávamos de carro na Fassbier, vimos o Arnaldo, o Claus e o Adão com caras de desperados mexendo na antena da Sky. Não foi precismo mais do que uma fração de segundo para entendermos o que se passava. O sinal não estava chegando.
Já fazia algum tempo que demorávamos para ajustar o cabo. Culpa do fato de termos que enrolar e desenrolar todas as vezes. Na pressa, muitas vezes sem o cuidado devido.
Não tinha jeito mesmo. O decodificar da Sky nem reconhecia o sinal. E agora? O clima ficou tenso. Algumas palavras de teor mais forte trocadas, e o nosso presidente entra em ação. Sai para buscar alguém que possa consertar o cabo num domingo a tarde.
Enquanto isso, eu vou preparando a nossa casa. Alguns pôsters novos retirados da revista do INTER de Julho que eu havia lido apenas parcialmente. Aos poucos, os colorados começam a chegar. Chega também o Adelar com seu sobrinho, que em poucos minutos conserta o cabo. Alívio!
A Fassbier vai enchendo. Alguns chegam com chimarrão. Vários reúnem-se em volta do balcão e ficam conversando sobre o time. O vai-e-vém dos jogadores é o assunto principal. A janela de transferências para a Europa está se fechando, e o INTER resiste ao assédio dos clubes poderosos do velho continente.
Vou colando nas paredes um pôster da musa colorada, um do Wellington Monteiro, uma página da revista com uma reportagem do Célio Silva.
16h, começa o jogo. Até os 15 minutos iniciais, mais colorados vão chegando. No primeiro tempo, o clima é tranquilo. Poucos comentários. Pouca empolgação. Pouca reclamação.
O jogo é morno. Nenhum dos times arrisca muito. O juiz é o personagem principal. Vários cartões amarelos. Faltas invertidas. Expulsão do treinador adversário. Ninguém bebe muito também. O clima não é convidativo para o chopp.
No intervalo, vários saem para fora. Respirar um ar puro. Voltamos. Tite troca D'Alessandro por Andrezinho. O meio-campo, que já estava despovoado, perde em movimentação. O time vira apenas ataque e defesa. Ligação direta, e pobre do Nilmar tentando lutar contra os zagueiros do Sport.
O INTER vai sendo envolvido. Não tarda e o gol sai. A torcida reclama. Tite muda. Coloca Adriano e Taisson. O time não reage. Erra passes, marca distante e insiste nos balões como jogada de ataque.
É humilhante e triste ver o INTER. Parece um time sem identidade, sem tradição, sem vontade. Até Guiñazu está desistindo de lutar. Não há coletividade. Não há interação dinâmica dentro do campo. Prevalece uma apatia melancólica entre os jogadores que irrita a torcida.
Procuram-se culpados! O treinador, a direção, os jogadores. Nessa hora, tormano-nos irracionais, passionais. Perdemos o senso da realidade e nossa psiquê futebolística vira uma tormenta. Palavrões saem de nossas bocas sem que tenhamos controle sobre o que dizemos.
Termina o jogo. Todos saem rapida e melancolicamente. Cabisbaixos. É mais um final de semana que voltamos para a casa sem esperança de dias melhores.
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